Fique mais um pouco.
Preâmbulo: Procrastinar, em turco, diz-se ertelemek.
Está no emprego, caro leitor?
Está?
Então não abra outra página.
Deixe este artigo aberto no seu computador e antes mesmo de continuar a lê-lo, vá chamar o seu superior e convide-o a vir ler este artigo.
"Mas tu estás doido, Dias?"
Claro que não.
Estou a ser seu amigo.
(E aqui está a hiperligação para a notícia da Reuters.)
Segundo um estudo da Universidade de Melbourne, os trabalhadores que lêem blogs ou que vão ao YouTube ou ao Facebook durante o horário de trabalho são mais produtivos.
Viu, senhor superior na hierarquia empresarial em relação ao meu leitor, como tem um belo empregado?
Vá, aumente-lhe o ordenado.
Eu já sabia que quem me lia não era mau trabalhador.
Apenas e só porque, ao ler tão deprimentes escritos, qualquer pessoa percebe que nesta internet não se irá divertir, pelo que voltará ao seu trabalho.
O estudo, por seu turno, explica a coisa dizendo que ao navegar pela internet o trabalhador descansa o seu intelecto, podendo voltar ao trabalho com a concentração máxima, produzindo assim muito mais trabalho.
Eu acredito que sim.
E o inverso também se verifica: Quem trabalha na internet durante muito tempo também procura vida a sério ocasionalmente.
Ao se aperceberem que não têm jeito para conjungar o verbo "socializar", voltam para o computador e ficam produtivos.
E depois decidem criar o Second Life, só para não passarem pelo embaraço que é contactar com pessoas ao vivo.
É verdade, pois claro, que um devaneio pela internet aumenta a produtividade no trabalho.
Porque a internet tem coisas muito úteis para criar preâmbulos, como dicionários que nos permitem traduzir verbos para turco.
Por outro lado, o estudo diz-nos que, para ser produtivo, o cérebro precisa de descansar, deambulando por assuntos menos sérios e mais idiotas.
Mas ficar nesses assuntos durante muito tempo é também um perigo.
E é aí que se distinguem as pessoas.
Há os que roçam a parvoíce apenas por instantes, para que o cérebro alivie, e esses chegam longe.
E depois há a Maya.