Contem-me uma melhor.
Manuel Luís Goucha e afins à parte, parece-me correcto dizer que todo o homem procura uma bela mulher com quem possa cear todas as noites.
E não, não comecem com trocadilhos em volta do verbo "cear" utilizado na última frase.
É, sem dúvida, dos desafios mais interessantes que a natureza nos reserva: a procura da nossa cara-metade.
Porque uma fala demais ou porque nós falámos demais com outra, procurar a mulher certa é sem dúvida uma tarefa que deve ser feita com cuidado.
Devo eu então deixar escritos alguns conselhos para quem me lê poder ter sucesso nessa procura?
Claro que não.
Peçam-nos ao Brad Pitt.
Não obstante, há um pormenor importantíssimo que eu queria neste artigo destacar: A história.
Cada um de nós tem uma história, e no meio das luzes do bar e da música de fundo, cabe a nós contar a nossa história da forma mais cativante possível.
Isto se quiserem o número de telefone dela, claro.
Eu juro-vos que já ouvi, num comboio, um senhor dizer que era médico, fazia esculturas de pedra e também sabia fazer massagens, pegando no braço da senhora logo de seguida.
Mas nem todos jogamos neste campeonato.
Há quem tenha nascido para a arte do engate, e o tal senhor que eu vi no comboio era disso um nítido exemplo.
Pena, no entanto, que nem todos nós consigamos mentir no momento de contar a nossa história.
Mas se calhar devíamos.
Porque há concorrência demasiado forte por aí.
(O quê? Achavam que este era um daqueles artigos sem hiperligação? Qual quê! Aqui está ela.)
Christopher Reynolds, de 25 anos, nascido no Reino Unido, matou um líder talibã no Afeganistão com um tiro a mais de 1500 metros.
Após isto, será que foi orgulhoso a correr agradecer a aposta do Capitão nele?
Ou agradeceu aos senhores que o treinaram para tão robusta tarefa?
Terá assinado um contrato publicitário com uma empresa de sistemas controlo remoto?
Nada disso.
Disse apenas que está bastante orgulhoso e que irá usar este acontecimento como história de engate quando regressar à sua terra natal.
Dito isto, o que é que pessoas como eu, estudantes afincados que nunca tocaram numa arma de guerra, podem fazer para competir com esta gente?
Bolas, leva lá a loira de olhos azuis.
Já deu para perceber, ainda assim, que as mulheres gostam de homens com coragem.
Homens que arriscam a sua vida, e que a vivem ao ritmo da adrenalina.
E isso não agoira muito para o meu lado, dado que eu sou apenas um estudante...
Mas, bolas, eu posso não ir à guerra mas ando todos os dias nas estradas portuguesas.
E nos dias de aulas até atravesso estradas com o sinal vermelho para o peão!
Agora... Ser atirador de longa distância no Afeganistão?
O que é isso, comparado com ser, por exemplo, doente oftalmológico no Hospital Santa Maria?
Atiradores... Que meninos.