Levante o pé.
Atropelamentos.
Sem dúvida, das coisas mais tristes a que podemos assistir, a par dos jogos do Sporting.
Em tempos, todos andávamos a pé.
Até que nasceu o primeiro português da História, que achou que caminhar cansava muito e que era preciso que alguma coisa andasse por nós.
Primeiro os cavalos, depois os automóveis.
E acredito que haja por aí alguém em festas de trance a jurar que também já viu alguém a andar de vassoura.
A ironia chegaria quando os automóveis passaram a ser um perigo para quem, tão natural quanto arcaico, ainda anda a pé.
Porque foi para caminhar que a evolução ainda nos deixou as duas pernas em baixo.
Ou para isso ou para dar pontapés na cara do José Castelo Branco.
É importante, pois claro, que o peão seja devidamente salvaguardado.
Especialmente ao nível da manutenção das próprias pernas, não vá o José Castelo Branco aparecer no banco de jardim mais próximo.
E assim, um pouco por todo o mundo surgem formas de abrandar a velocidade dos carros nas zonas onde podem surgir mais conflitos com os transeuntes.
(Claro, tinha de aparecer uma notícia. Mas desta vez vale a pena abrirem esta hiperligação, porque as imagens são importantes para a notícia.)
Em Leicester, no Reino Unido, foram colocadas junto à estrada figuras de crianças, em tamanho real, vestidas com uniformes escolares, com o intuito de fazer abrandar os condutores.
Uma ideia nova, sem dúvida.
E que, aparentemente, tem funcionado, apenas com a queixa por parte dos condutores e de alguns habitantes de que estes bonecos são demasiado assustadores.
Eu vi as imagens (Se não as viu, a hiperligação está ali em cima.) e parece-me óbvio que estes bonecos seriam muito bem recebidos em Portugal.
Isto porque num país em que o maior português foi António Salazar, ter crianças numa pose digna da antiga Mocidade Portuguesa só pode agradar a população.
Vamos trazer isto para Portugal?
Claro que sim!
Até os podemos fazer em porcelana, e a fazer o manguito que o Zé Povinho celebrizou.
E eu até sugiro que vamos mais longe:
Ás vezes vou na auto-estrada e vejo condutores a circular muito lentamente.
Porque não por bonecos planos de borracha, que não danificam o carro e que após o impacto se erguem de novo, no meio da auto-estrada, mas com o formato de José Sócrates?
Todos acelerávamos um pouco mais para embatermos a 120 km/h no gajo, não acelerávamos?