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há Dias assim...

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

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há Dias assim...

26
Fev09

Eu quero um quintal assim.

delta_unit

Nunca fui adepto da pescaria.

Não obstante, não tenho nada contra.

Agradeço até quem inventou a forma de pescar salmão.

Mas, por favor, não me venham convidar para passar uma manhã de cana na mão, pois se fosse para isso eu tinha-me alistado na Marinha.

 

Eu sei que no Litoral muitas pessoas dependem economicamente da pesca, mas há também quem a pratique apenas por puro prazer.

Apenas para terem alguma coisa com que se entreter ao fim-de-semana.

E é no meio desta abordagem à pesca como actividade de lazer que surge o popular efeito de pescador.

Aquela necessidade de se dizer ao mundo que o peixe que ele apanhou é maior que o do senhor da cana ao lado.

Com o sentimento de que afinal o tamanho conta, por muito que, noutras circunstâncias, implore à sua esposa para não pensar assim.

 

Estou em condições de dizer que essa vontade do pescador comum em dizer ao mundo que apanhou um peixe enorme deverá, o mais cedo possível, acabar.

E isto porque um homem só se deve gabar das coisas difíceis que faz, e apanhar um peixe grande já é coisa acessível.

(A notícia, claro, não podia faltar.)

 

Em Fremont, a sul de São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia, Ron Davenport apanhou um peixe com cerca de 25 Kg no seu quintal.

Não foi preciso barco, não foi precisa cana de pesca, não foi preciso isco, nada.

O verdadeiro sonho americano: apanhar um peixe que alimenta a família por duas semanas sem um mínimo de esforço.

É esta a resposta da natureza à crise.

É isto que Obama promete fazer.

 

Ter um gato a urinar no nosso quintal é, a meu ver, normal.

Ter um peixe de 25 Kg a passear pelo canal de água que passa nas traseiras da nossa casa, por seu turno, roça a minha ideia do paraíso.

No meu paraíso, a comida chega-me a casa sem que eu peça por isso, por muito pouco higiénica que seja a navegação de marshmallows em canais de rega.

 

Por outro lado, já ninguém se mete com este homem no universo dos pescadores de fim-de-semana.

Tantos e tão tecnicamente aprumados pescadores treinam durante anos e anos para apanharem apenas carapaus e sardinhas e este Ron, sem fazer nada por isso, dá por ele a apanhar uma bizarma de peixe.

Sem dúvida, caros leitores, este senhor está abençoado.

Melhor sorte só a de quem, na costa portuguesa, pescar sacos de droga.

Aquilo nas ruas do Bairro Alto ainda deve render bem.

20
Fev09

"I'm not dying."

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Hoje o dia pareceu normal.

O Sol rasgou o horizonte a poente, dando lugar à noite.

O noticiário começou às 20, como sempre.

Na Segunda Circular, um trânsito infernal.

No Brasil, o calor de sempre.

 

Aparentemente, um dia normal.

Mas não é um dia normal, caros leitores.

Jamais será um dia normal.

Porque hoje, 20 de Fevereiro de 2009, chega ao fim o talk show  "Late Night with Conan O'Brien".

 

 

A 1 de Junho de 2009, eu estarei a ver a NBC de novo.

 

(Calma, o "The Office" dá na NBC...)

18
Fev09

Um artigo na crista da onda.

delta_unit

Permitam-me o uso da ironia, mas eu sempre quis ser surfista.

Entrar na onda, fazer aqueles gestos estranhos com a mão e vestir Billabong.

Mas cedo a vida me mostraria que eu tinha coragem para ser mais que surfista.

No fundo, há demasiada testosterona em mim, e no surf isso não se utiliza.

 

Vamos lá ver: O que é o surf?

O surf é o desporto "radical" que, de radical, nada tem.

Pois, apesar da definição de "radical" patente no dicionário não estar do meu lado, tenho para mim que a um desporto radical deve estar sempre associado um elevado risco.

Um engano no skate e ganha-se gesso à volta de uma perna.

Um erro em downhill significa aulas práticas de "Topografia de Camas de Hospital".

Uma escorregadela em escalada livre e lá se vão duas costelas.

 

E no surf, como é?

Olha, no surf o menino engana-se e... Cai na água.

Upa upa! Mas que coisa arriscada, não haja dúvida.

Cair da água quando se está ao nível desta é um perigo que não se imagina!

 

Até poderá surgir quem, ao som de Jack Johnson, me apelide de nomes estranhos na zona de comentários, mas eu não me controlo - Segurem-me, segure-me! - e, mesmo sabendo que pode ser uma frase polémica, eu tenho de a escrever:

O surf é o desporto mais maricas que há.

 

(Poderiam pensar que era a ginástica artística, mas eu cá costumo ver os bailarinos a atirarem as bailarinas ao ar e a agarrá-las. Se isto não é de homem, de certeza que também não o será andar em cima de uma tábua a "rasgar" ondinhas.)

 

Apesar de toda esta minha certeza, surgiu hoje mesmo uma notícia que, aparentemente, podia colocar toda a minha teoria em xeque.

(E como eu não gosto de falar das coisas sem dizer onde as fui buscar, aqui está a notícia.)

Enquanto surfava na praia de Terrigal, no sudoeste da Austrália, um senhor de 67 anos, de nome Phillip Worth perdeu... A dentadura.

 

Afinal, o surf pode levar-nos a dentadura.

A primeira reacção é esta:

"Sim senhor, o surf é coisa de homens, pois tal como no pugilismo é possível ficarmos com um sorriso estranho depois de uma competição."

No entanto, perdoem o Sherlock Holmes que há em mim...

Após aturada investigação (ou apenas a leitura integral do artigo que hiperliguei em epígrafe) observou-se que a dentadura que o sr. Worth perdeu, afinal, era postiça.

E que, para cúmulo, ele só a perdeu porque espirrou.

 

Mas que desporto radical é este em que o maior risco que se corre é espirrar, usando uma dentadura postiça?

Vendo as coisas por este prisma até o futebol é mais radical que isto, especialmente quando em campo está o Bruno Alves.

 

Ainda assim, tal como todas as histórias do mundo cor-de-rosa (sim, é neste mundo que o surf existe) também esta tem um final feliz.

Phillipe Worth viria a encontrar a sua dentadura a boiar na água, 26 horas depois de a ter perdido.

E diz ele que agora a dentadura está mais polida, mais confortável.

Ainda bem, caro Worth.

Ficamos felizes por si.

É que ter uma dentadura ríspida é coisa de homem, e isso podia ser estranho para o senhor.

16
Fev09

E em forma de semáforo, podia ser?

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"Essa cabeça só serve para por o chapéu, pá."

É talvez das expressões mais engraçadas que o senso comum nos oferece.

Nela está embutida uma certa dose de ironia, pois para perceber verdadeiramente a expressão é preciso pensar um bocadinho.

Mas que cabeça que "só serve para por o chapéu" é que pensa?

 

Julgo, no entanto, que em todos nós o cérebro faz alguma coisa.

Uns mais instintivos, outros racionais, outros (quiçá bloquistas) a sofrer os efeitos do consumo de erva, a verdade é que a expressão "essa cabeça só serve para por o chapéu" nunca será verdadeira quando levada à letra.

No entanto, poderá surgir um ou outro caso em que a utilização excessiva de chapéus possa levar-nos a crer que, afinal, o senso comum está, uma vez mais, correcto.

 

"Um ou outro caso?"

Sim, eu sou altamente previsível, e já se sabe o que vem a seguir a esta linha.

(Vem, claro, um parêntesis com uma hiperligação para uma notícia.)

Em Littlestown, no sul do estado norte-americano da Pensilvânia, Larry Douthwaite foi proibído de usar a sua colecção de 103 chapéus enquanto ajuda as crianças, todos os dias, a atravessar a estrada.

E isto porque, segundo as autoridades locais, os seus exuberantes chapéus distraem os condutores, podendo originar acidentes.

 

("Exuberantes chapéus, Dias?" Sim. Se seguirem a ligação da notícia, ainda vêem um... Já o chapéu que ilustra este artigo, foi o Google que mostrou, e não a notícia.)

 

A verdade é que Larry Douthwaite já faz este trabalho há quinze anos, e sempre usou a sua colecção de chapéus para ganhar a simpatia por parte das crianças e dos turistas, que noutras paragens reportam o "senhor dos chapéus" daquela pequena cidade, Littlestown.

(Eu tinha de escrever esta, desculpem.)

 

Afinal, qual é o problema dos chapéus exuberantes?

O vocalista dos Jamiroquai usa-os há muito tempo e nunca apareceu aí nenhum ambientalista a dizer "o senhor não pode usar essas coisas porque parece que está a gozar com as catatuas".

 

O problema parece vir da imagem pública do denominado "crossing guard", que deve apresentar um certo uniforme que, apesar de tudo, não contempla a vestimenta sobre o coiro cabeludo.

Mas... Qual o problema do chapéu?

Na verdade, convém que um "crossing guard" seja visto pelos condutores.

Se não for pelo colete reflector, será pelo chapéu em forma de avião!

 

Um pouco como o que Santana Lopes procura: se não for visto por ganhar as autárquicas em Lisboa, que seja visto nas festas nocturnas, onde empunha um cabelo devidamente embebido em gel que o faz desempenhar o mesmo papel que a bola de espelhos da discoteca onde se encontra.

Tal como o "crossing guard", também para Santana Lopes o mote é o mesmo: o que interessa é ser visto.

 

Ainda assim, ninguém leva a sério quem empunha um chapéu destes.

Porque ao ver Larry Douthwaite com um avião sobre a cabeça a mandar parar o seu automóvel, a fim das crianças atravessarem a estrada, o comum dos condutores deverá naturalmente pensar:

"Paro, paro... Não te desvies e ainda levantas vôo!"

O que não seria de todo perigoso, visto Douthwaite tem asas sobre ele que o permitem aterrar em segurança.

11
Fev09

"Para perder peso tem de praticar mais exercício físico!" A sério, Sr. Doutor?

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Não estou em crer que haja quem me leia que não me conheça.

Ou que, pelo menos, nunca tenha falado comigo.

Porque nesta internet há muitos outros locais onde, efectivamente, se escrevem coisas úteis.

E porque, em última análise, há coisas bem giras para fazer neste mundo - nas quais não se inclui, obviamente, a visualização d'As Tardes da Júlia.

 

Dito isto, afianço com segurança: todos vocês sabem que eu sou um tanto ou quanto franzino.

Daí que eu nunca tenha escrito aqui que andei à pancada com alguém.

Pura e simplesmente porque, se isso tivesse acontecido, eu já não estaria cá para contar a história.

 

Ainda assim, eu até como a bom ritmo. Concluo assim que sou franzino apenas e só porque não pratico exercício físico suficiente para transformar em músculo aquilo que ingiro.

É nestas alturas que eu acho que a carreira militar teria sido algo bom para mim.

Podia não ter o direito de definir o meu horário ou de ter uma cama só para mim (ou para mais alguém, mas do sexo feminino), mas seria musculado.

Ou, a não ser musculado, também não seria magrinho... Podia até ser gordo!

 

(Será uma notícia?)

 

Segundo um relatório do Pentágono, os militares norte-americanos no Iraque estão a ficar cada vez mais gordos, havendo um aumento considerável de militares com excesso de peso.

Longe vão os tempos da vida militar exigente, em que não dava para ganhar um milímetro de tecido adiposo.

Hoje - quem diria! - já se pode ser gordo e estar na guerra.

 

A meu ver, esta obesidade seria normal se os militares estivessem em sua casa, nos Estados Unidos da América.

Estando no Iraque, lanço duas questões:

1 - As tartes de maçã no McDonald's dos quartéis norte-americanos no Iraque estão em DinarPoupança?

2 - E aqueles cantis históricos dos militares, que nos filmes de Hollywood têm sempre só duas gotas de água... No Iraque estão cheios de Coca-Cola ou Pepsi?

 

 

Ainda assim, também nestas coisas nós, portugueses, mostramos que estamos muito - mas muito! - à frente dos Estados Unidos da América.

Porque isto de ter malta obesa vestida com o uniforme militar está longe de ser novidade para nós, na medida em que a participação da Valentina Torres no programa "Primeira Companhia" da TVI já foi há uns anos...

Bolas, estamos sempre à frente nestas coisas!

02
Fev09

Uma lição de vida.

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Apesar de tudo, tenho para mim que a vida de ladrão não é fácil.

Bem vistas as coisas, para uns é preciso saber usar uma arma.

Para outros, vestir o equipamento, empunhar o apito e ir para o relvado numa noite chuvosa.

E para um grupo restrito, é preciso convencer metade da população portuguesa a votar neles.

Daí que eu me mantenha fiel a esta ideia de que é possível sentir-me realizado vivendo honestamente, por muito que os gestores do Banco Privado Português tentem desmentir.

 

No entanto, bem sei que é habitual achar-se que quem rouba tem uma vida mais fácil.

E eu não quero aqui ser advogado do diabo nem tão pouco dos seus mais dignos representantes neste mundo, mas apraz-me neste momento mostrar-vos a notícia que no próximo parêntesis se encontra hiperligada.

(Aqui mesmo.)

 

Em Marselha, no país do queijo e do champagne, um ladrão abriu um buraco na parede de um edifício contíguo a uma dependência do Banque Populaire, com a intenção de chegar ao cofre, e acabou... Nas casas-de-banho do dito banco.

Será que agora me percebem, caros leitores?

Ser bandido não é para qualquer aselha que não sabe ler plantas de edifícios, não.

Ser bandido é ser engenheiro, mesmo não o sendo na realidade, e saber o momento oportuno para efectuar os seus actos.

(Qualquer ligação entre a última frase e o caso Freeport é mera coincidência.)

 

Este senhor de 21 anos que tentou chegar ao cofre do Banque Populaire achava que a vida de bandido é fácil, mas na verdade não é.

Retoricamente, lanço a questão: Como é que se pode tornar a vida de bandido mais fácil?

E mesmo sabendo que, ao responder a isto estarei, de certa forma, a incitar o banditismo junto de quem me lê, não cedo à tentação de vos dar a solução.

A meu ver, o que os bandidos deviam fazer era deixar de ter objectivos e roubar por puro prazer.

 

Abrir buracos nas paredes em direcção a um banco e, chegado lá, roubar o que apanhar.

Loiça de casa-de-banho, porque não?

Os ladrões dos dias de hoje é que deixam de parte a inteligência e dão mais importância a outras características da sua personalidade, nomeadamente a idiotice.

Mandar uma parede abaixo para sacar um bidé de uma casa-de-banho de um banco é, a meu ver, uma história épica para se impressionar miúdas à noite num bar.

E isso é meio caminho para se sair da miséria, se se frequentar o mesmo bar que a Paris Hilton.

 

Quanto à história do Banque Populaire, espero que a dita casa-de-banho tivesse, pelo menos, papel higiénico quando o ladrão chegou lá.

Para este poder, com dignidade, chorar sobre a sua estupidez, tendo uma folha dupla de Scottex para absorver as lágrimas.

Coitado do bandido.

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