O nome "Vigor" pode mesmo ter sentido.
Eu sou apenas um estudante, mas todos os anos pago um seguro escolar.
Porque, ora bolas, estudar é uma actividade envolta em risco.
Basta verem o meu caderno para verem os riscos do meu dia-a-dia.
(Sim, caros leitores, a razão que me tem levado a estar tanto tempo sem escrever é, para além da falta de tempo, a falta de inspiração, bem patente na piadola de introdução a este artigo.)
Há profissões de risco, é certo, e a de estudante também é.
Especialmente à sexta-feira de manhã, quando nos é exigido o habitual equilíbrio às 8 da manhã.
Não é fácil.
E há muito mais profissões de risco, mas hoje visto a pele de Paulo Portas e concentro-me apenas numa: O leiteiro.
Nunca ninguém pensou nisto, mas aquele copo de leite pela manhã não é uma coisa fácil de se arranjar.
(Os perigos da vida de leiteiro podem ser testemunhados nesta notícia.)
Em Saint Lucie, no estado norte-americano da Florida, um senhor com idade a rondar os 30 anos foi para o hospital após um vaca lhe ter caído em cima, no momento em que este a ordenhava.
Chocante, é certo.
Porque, excepção feita ao marido da Simara, os homens não estão preparados para ter meia tonelada de carne em cima deles.
Confesso que a minha ignorância fez-me sempre associar à imagem do leiteiro um certo ar de saloio franzino que não consegue trazer o recipiente do leite cheio por não ter força.
Ironia do destino, a profissão de leiteiro é bem mais exigente do que eu pensava, e se calhar em Portugal até recorremos à imigração para desempenhar esta tarefa no nosso país.
Parece-me, pois claro, que o aparente esquecimento do Governo em relação ao sector da agricultura, em especial os produtores de leite, era na verdade uma manobra de segurança em relação aos perigos da actividade.
Se uma actividade é perigosa, então acaba-se com ela.
Vamos acabar com os árbitros no futebol?
Vamos pois.
Todos nós já vimos anúncios na televisão a incentivarem o consumo de leite português, mas eu cá, depois de ler esta notícia, irei fazer exactamente o contrário: desencorajar o consumo de leite português.
Porque eu adoro Portugal e o seu povo, e não quero que ninguém se magoe debaixo de uma vaca.
A não ser que o ordenhador de serviço seja o líder do PNR.
Nesse caso, faça o favor de ordenar a vaca enquanto eu tiro o travão dos patins que eu calcei na vaca há instantes.