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há Dias assim...

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

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21
Ago07

Opiniões.

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A instalação dos radares nas ruas de Lisboa foi e continua a ser uma medida polémica.

Eu, pessoalmente, acho importante confirmar que os condutores cumprem as regras de trânsito.

Acerca desse assunto, João Miguel Tavares (JMT) escreve hoje um artigo no DN (Clica aqui para o leres) com o título "Radares de Lisboa: E não se pode exterminá-los?". E este artigo começa logo de forma pomposa, senão vejamos: "Quando uma regra é diariamente desrespeitada por milhares de pessoas, o mais provável não é que as pessoas sejam selvagens, mas que a regra seja estúpida."

Mas que belo exercício de demagogia, caro JMT! Seguindo o seu raciocínio, roubar, violar ou raptar também não seria crime. Apenas porque existem demasiadas ocorrências destes factos, o que nos leva a crer que considerar o roubo, a violação e o rapto um crime talvez seja uma regra estúpida.

Mas o artigo continua e a um dado ponto JMT diz-nos que "Em defesa da coisa, ouvi na televisão o comandante da Polícia Municipal de Lisboa, com um bigode muito legalista, dizer que se o código da estrada diz que a velocidade máxima dentro de uma localidade é de 50 km/h, então é a 50 km/h que se tem de andar. Uma daquelas respostas típicas de função pública bolorenta, que me obriga sempre a correr na direcção do armário dos medicamentos, à procura do Xanax."

Já que procura Xanax, procure também para mim, porque fiquei com a mesma necessidade ao ler o seu artigo. Então diga-me lá o que é melhor: Andar a 50 km/h numa estrada ou estar parado na fila durante 2 horas porque alguém pensou que era o melhor condutor do mundo e passou nessa mesma estrada a 127 km/h, originando um acidente com um outro condutor que apenas queria ir visitar o Oceanário com a família?

Eu não quero assemelhar-me aos políticos que defendem a instalação dos radares! No entanto, há que reconhecer que com tanta sinistralidade nas nossas estradas e depois de tantas medidas brandas, está na hora de tomar as medidas extremas.

Mas JMT continua a espalhar a sua magia, ao dizer-nos:

"Com a sua fulminante inteligência, o senhor comandante acha obviamente naturalíssimo circular à mesma velocidade numa via de quatro faixas sem cruzamentos nem passagens de peões e numa estradeca do Alentejo onde o alcatrão acaba na soleira das portas."

Realmente, parece-me um claro abuso de comparação! Então vamos lá nós comparar a segurança de uma estradeca do Alentejo onde passam 10 carros por dia e onde os peões sabem distinguir perfeitamente o som dos carros do silêncio que ali reina com a segurança de uma estrada onde passam milhares de carros por dia e onde o barulho não dá para ser tido em conta quando pensamos se atravessamos a estrada ou não! Mas que comparação é esta afinal?

Eu não tenho números. Nem me quero agarrar a eles! Mas acho que se dermos um pulinho ao Instituto Nacional de Estatística havemos de concluir que a sinistralidade se encontra bem mais patente em zonas urbanas do que propriamente na "estradeca do Alentejo".

JMT aproveita a deixa para apelar ao mais incauto leitor a assinar uma petição online para retirar os radares da nossa capital. E atira-nos um argumento genial: "Obrigarem-nos a cumprir aquelas velocidades é pura e simplesmente um atentado às nossas liberdades e uma atitude discricionária vigiada pela polícia".

Se há coisa que me inquieta são atentados às nossas liberdades! Ainda há dias um casal circulava livremente numa estrada perto de minha casa quando alguém lhes tirou a liberdade de viver, provocando um choque frontal e atirando aquele (talvez feliz) casal para a ruína, ao matar o marido e deixando a mulher no hospital.

Parece-me então lógico que, afinal, vamos mesmo ter de cortar uma das liberdades: Ou a liberdade de acelerar à vontade nas estradas ou a liberdade de viver. Caro JMT, tem mesmo a certeza que quer relegar a liberdade de viver para segundo plano?

O que eu acho, muito sinceramente, é que, mesmo depois de a Fórmula 1 ter deixado de passar em canal aberto, ainda existem muitos portugueses que pensam que são melhores que o Schumacher, o Alonso ou até mesmo o Hamilton...

JMT despede-se do artigo com uma frase que, bem analisada, até pode ter sido bem dita.

"vão roubar para outras estradas."

Eu também acho que sim: Esses aceleras que vão roubar vidas para outras estradas!

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