Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

há Dias assim...

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

há Dias assim...

25
Ago07

Acção - Reacção.

delta_unit

(Sim, é de doping que se vai voltar a falar.)

O ciclista "eu" voltou a comentar o meu último artigo. É o sinal da cordialidade e da boa formação que estes atletas têm. (E não, não estou a ser irónico.)

Mas vou-lhe pedir apenas um favor: Quem lê este blog (Estou em crer que pouca gente, mas ainda assim...) não o lê para ver histórias de doping. Por outro lado, eu interesso-me bastante pelo assunto (Ou melhor, por mitigar o assunto!) e não quero armar-me em cobardolas e dizer-lhe "Olhe, depois de este artigo, ponto final". Não. Caro "eu", a partir deste artigo, e caso a troca de ideias continue, eu vou passar a responder na zona de comentários. Mas não me calarei enquanto não chegarmos a um consenso. Um consenso que, juglo, irá satisfazer os dois. Mas se não vir artigos novos, dê um pulinho aos comentários deste artigo que eu passarei a responder por lá.

 

Agora sim, vamos à troca de ideias.

O caro ciclista, ao longo do seu comentário, faz algumas comparações com o futebol. É verdade, já pratiquei futebol nos escalões de formação (Ainda que, vá lá, jogasse mal. Há que dizê-lo!). Não obstante, isso não faz de mim um fanático de futebol, que coloca essa modalidade lá o púlpito da minha consideração e despreza todos os outros. Não. Quando eu digo que gosto de ciclismo, digo-o mesmo a sério! Como gosto de outros desportos bastante variados.... Às vezes dou por mim a ver curling na EuroSport e a vibrar com os lançamentos fantásticos da selecção canadiana!

Mas as suas comparações são justificadas: Fui eu quem começou com isso.

Eu gosto de ciclismo. Gosto de ver, gosto de saber umas coisas sobre a modalidade. Mas sem dúvida que, de nós os dois, o caro ciclista (Era aqui que eu punha o seu nome, percebe? A mim não me interessa saber quem é... Mas a redigir o discurso, dá jeito ter um nome para quem falar! E que tal um nome fictício? Um "Manel dos Santos", não?) saberá melhor o que se passa na modalidade.

Aquilo que eu deixo passar através de cartazes ou artigos de blog (Se vir bem, escrevi um artigo sobre a tramóia do Vinokourov antes de ir para estrada com o cartaz.) é apenas o meu sentimento como adepto da modalidade. Portanto, antes de "afiar a faca" e atacar-me, procure antes perceber que eu sou um adepto (O vosso público alvo!) e aquilo que eu vos mostro em cartazes ou artigos é a imagem que eu (e muitos outros) tenho da situação actual do ciclismo. Eu, se fosse desportista profissional, acho que trabalharia para duas coisas: ganhar e cativar adeptos. Portanto, se um adepto vos mostra indignação perante as histórias recentes do ciclismo e vocês lhe mandam àgua para cima, não estão a cativá-lo assim muito. Mas o meu fascínio pelo ciclismo não se afoga nessa àgua, felizmente.

É verdade, sim senhor: o ciclismo é a modalidade mais controlada. Não obstante, é também no ciclismo que o "pirata do doping" trabalha mais para fugir aos controlos. É um pouco o jogo do gato e do rato. Mas é um jogo potenciado pelo que o amigo ciclista escreveu: o excesso de exigências. No Tour temos 4 a 5 contagens de primeira categoria, todas bastante longas... Humanamente, aquilo é coisa difícil, de facto.

Ainda assim, eu não acredito que os senhores do controlo anti-dopagem tenham acordado um dia e pensado: "Olha, hoje vamos perseguir aqueles tipos que passam a vida a pedalar!". O que eu acho é que se o ciclismo é a modalidade mais controlada, é porque a uma dada altura a incidência dos controlos positivos se tornou de tal forma acentuada que o controlo teve de se tornar uma prática comum.

Há diferenças, sim, entre o tratamento de um controlo positivo no ciclismo ou noutros desportos (Como no futebol). Quanto a essa diferença, talvez tenha a ver com a tal incidência que, a dada altura, se acentuou no ciclismo. Mas, caro ciclista, sou-lhe sincero: eu não consigo descortinar um motivo óbvio para lhe explicar isso! E acredite que, como adepto, tanto me magoa ver o Vinokourov a ser expulso do Tour como ver o Nuno Assis a estar um ano sem jogar por causa do mesmo. Para mim, como adepto do desporto em geral, tanto me magoa ver casos de doping no ciclismo como no futebol. Porque é que não vou para os estádios com o meu cartaz? Porque para isso tinha de pagar um bilhete... E porque, lá está: a incidência de casos de doping na modalidade em questão (o futebol), para o adepto comum, não é tão acentuada como no ciclismo. (Posso estar errado, caro ciclista. Mas, como lhe digo, eu sou um mero adepto...)

Quanto ao cartaz propriamente dito, ele encontra-se naturalmente recheado de exagero. É notório que a pergunta "Então e sem doping, já cá estavam?" é bastante mais pesada do que uma frase banal do tipo "Doping no ciclismo, não!". A explicação desse exagero não a farei neste momento, porque não me parece necessário (Julgo que o caro ciclista consegue compreender o uso do exagero como medida para chamar mesmo a atenção dos ciclistas/directores de equipa para a indignação do adepto.)

Sim, eu sei que os ciclistas que andam de amarelo são controlados todos os dias. Eu enunciei o Cândido (Excelente ciclista, diga-se.) apenas para lhe dizer que as pessoas que se juntam à chegada de uma etapa talvez não sejam adeptas. Muitas daquelas pessoas não percebem que o ciclismo é um desporto de equipa. Secalhar, muitas daquelas pessoas não sabem quem é o Lance Armstrong! Mas estão ali apenas para ver o Cândido ganhar, só isso lhes interessa. O que eu quis dizer é que as pessoas que estão à beira da estrada (Repare que não lhes chamo adeptos...) talvez não se preocupem tanto com a modalidade quanto eu. Talvez por isso não se vejam mais cartazes à beira da estrada...

Agora, caro ciclista, eu tenho de transcrever uma frase sua para este artigo:

"Tu ficaste revoltado pelos casos no tour, no entanto devias ficar contente, porque no fim de contas eles foram "apanhados", não era isso que querias?"

Não. Realmente não percebeu a minha ideia. O que eu queria era que os ciclistas, sendo controlados, ganhassem de forma limpa. O caso "Vinokourov" foi a gota de àgua na minha cabeça. Por um lado, fico contente por tirarem um batoteiro da estrada. Mas ficaria mesmo contente se esse batoteiro não estivesse na estrada. E para isso é necessário consciencializar os praticantes da modalidade. É preciso dar-lhes a entender que não são só os tipos do controlo anti-doping que querem a modalidade limpa. Nós, adeptos, também queremos!

É por isso que eu levo o cartaz para a estrada. Apenas porque quero ver os ciclistas honestos a ganhar, e não os batoteiros.

2 comentários

Comentar post

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2009
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2008
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2007
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2006
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2005
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2004
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D