Defina "emergência".
Favaios, essa terra rica em moscatel, está nas luzes da ribalta.
Tudo isto por causa de umas chamadas telefónicas de comunicação de emergência médica entre a Corporação dos Bombeiros Voluntários de Favaios e a central do INEM.
Todos nós vimos a reportagem na televisão (Não viste? Vê aqui então!) e, apesar do caso ser sério, todos nós sentimos um bichinho cá dentro a sussurrar-nos "Viva Portugal!".
Porque estes telefonemas são o espelho de Portugal!
É impressão minha ou nas corporações de bombeiros voluntários (Olha, já não escrevi com maiúsculas...) de Favaios e Alijó, a malta dorme durante a noite?
Estão no seu direito, é certo... Mas... Sozinhos?
É nisto que Portugal se notabiliza, de facto: A fuga ao mito.
Sempre existiu o mito das corporações de bombeiros!
O mito de que aquilo é a festa da mangueira, com tantos homens em tão pequenas camaratas...
No entanto, como mito que é, não é lá muito credível.
Mas nós, portugueses, insistimos em mostrar ao mundo que ele não é credível!
Como é que mostramos isso? Simples!
"Epá, dormir lá no quartel com mais homens não... Sozinho ainda fico!"
"Porreiro, pá! Assim sempre vou dormir a casa com a minha mulher..."
(Reparem na utilização do "Porreiro, pá!" ali em cima! A avaliar pelo tipo de discurso do senhor que atendeu em nome dos bombeiros de Favaios, a sua formação deverá ser muito semelhante à do autor da expressão utilizada...)
Mas tenho a ligeira esperança de que, quando isto foi decidido numa eventual reunião dos bombeiros voluntários de Favaios, há-de ter havido alguém a questionar-se:
"Então e as emergências nocturnas?"
Ao que, a avaliar pelo que as notícias nos dizem, terá sido respondido com um...
"Esquece lá isso e bebe mais um copo deste belo moscatel cá da freguesia!"
É um caso sério, sem dúvida. E merece a nossa maior preocupação!
Mas Correia de Campos comenta de uma forma genial:
"Todos os dias temos quatro mil e tal chamadas... Haver uma ou duas situações destas não é assim tão preocupante..."
Esta reacção fez-me lembrar a de Manuel Abrantes, antigo provedor da Casa Pia, quando questionado sobre os actos de Carlos Silvino... Ainda hoje me lembro da cara do senhor a dizer:
"A Casa Pia tem trezentos e tal funcionários... Haver um ou dois com este tipo de atitudes não é tão grave quanto isso..."
Calma lá, em que mundo estamos?
Um provedor de uma instituição como a Casa Pia menospreza a integridade das suas crianças... E agora o Ministro da Saúde menospreza a saúde dos portugueses?
Qualquer dia temos Cavaco Silva a menosprezar os cozinheiros que fazem Bolo Rei...
Eu acho é que o nosso Ministro da Saúde é demasiado profissional.
E um bom profissional, sabemos disso, dá tudo pela sua profissão, pelos seus objectivos, no horário de trabalho. Fora dele, até convém pensar noutras coisas, para aliviar o espírito e poder estar apto para o dia seguinte!
Portanto, se querem reclamar junto do Ministro da Saúde acerca das urgências nocturnas, não o façam junto de Correia de Campos... Ele é o Ministro da Saúde diurno!
O nocturno ainda está para ser anunciado.
Eu apostava no médico cirurgião José Maria Tallon. Porque esse, deste que se divorciou de Catarina Fortunato de Almeida, que nunca mais teve que fazer durante a noite, em especial com o cinto de fivela que ele usou naquele casamento no Verão de 1999...