Cristo sacrificou-se por nós. E tu, sacrificavas-te por um plasma?
Há 10 anos, quando os Silence 4 lançavam o seu primeiro àlbum, "Silence Becomes It", diziam na faixa 10:
"'Cause we're only here for reproduction."
Era David Fonseca quem cantava, ciente de que nós, humanos, estamos neste mundo apenas para nos reproduzirmos e dar-mos continuidade à evolução humana, tal como Darwin escrevera antes.
Talvez seja verdade.
Mas nós, humanos, temos uma forte tendência para contrariar o que a natureza para nós planeia.
Basta pensar que a natureza tinha pensado em fazer do Cláudio Ramos um espécime bem másculo da raça humana para perceber a subversão do nosso intelecto.
Mas há mais argumentos para sustentar esta minha afirmação.
Um inquérito feito aos cidadãos do Reino Unido revelou que 47% destes abdicaria de ter sexo durante seis meses, se em troca recebessem uma televisão plasma de 50 polegadas. (A notícia é do Sol e está aqui.)
Sim, 47% dos britânicos!
E talvez tenha lógica: Com um televisor maior, talvez haja mais espaço para procurarem a Maddie nas imagens da Praia da Luz...
Por outro lado, o Serviço Nacinal de Saúde do Reino Unido tem vindo a promover a prática do sexo como forma de luta contra a obesidade, problemas cardíacos, ósseos e até prevenção das rugas. (A notícia também é do Sol e lê-se aqui.)
Depreende-se então que os britânicos preferem a obesidade à ausência de um televisor plasma de 50 polegas.
Parece-me natural, dado que, geralmente, os grandes amantes de televisão também têm uma boa barriguinha. E bebem cerveja,
Este estudo, no entanto, mostra uma coisa engraçada:
Os homens britânicos não pensam só em sexo.
Mas isso já não era de todo novidade, parece-me.
Eles também pensam em futebol, com a breca!
E no próximo campeonato europeu vão pensar ainda mais, dado que não irão perder tempo a praticá-lo.
Será normal os homens preferirem um televisor plasma de 50 polegadas a seis meses de sexo?
É esta a questão que eu lanço e que, num bom exercício de retórica, tento também responder.
Eu, pessoalmente, acho que não é normal.
A não ser, claro está, que estes 47% dos homens tenham uma mulher cujo corpo apresente proporções superiores às 50 polegadas.
Nesse caso, o televisor será "aquela coisinha magrinha com a qual eu me entretenho até às três da manhã a ver a Eva Longoria", e a mulher "aquele camião que estaciona sempre ao meu lado, na cama".
Nesse caso, talvez o televisor desperte mais curiosidade.
Mas este estudo revela outra coisa ainda mais interessante:
Apenas um quarto dos inquiridos parava de fumar para ter o dito televisor.
Num bom exercício demagógico, concluo que, em situação de crise, o britânico comum prefere abdicar em primeiro lugar da prática do sexo e só depois da prática de fumar, o que demonstra até que ponto nós, humanos, prezamos o bem estar da Humanidade: num mundo tão mau como este, é preferível fumar para morrermos mais depressa do que ir para a cama fazer os possíveis para gerar um novo rebento, que posteriormente se sujeitará a este mundo.
Esta malta do Reino Unido está sempre a pensar no bem da Humanidade.