Cozido à portuguesa - Uma energia alternativa.
É certo que ao pé do Mário Soares, o presente blog é uma criança.
Não obstante, posso dizer que este já tem alguma história.
E ao longo de uma catrefada de artigos tenho vindo, insistentemente, enaltecendo o meu fascínio pela raça humana.
Zézé Camarinha à parte, a verdade é que todos nós fazemos coisas prodigiosas com o nosso corpo.
O Cristiano Ronaldo faz magia com os pés. - "Onde raio está a bola?"
A Shakira faz magia com as ancas. - "Como raio faz ela aquilo?"
E os administradores do Banco Privado Português fazem magia com as mãos. - "Onde raio está o nosso dinheiro?"
Somos fascinantes, não somos?
Podemos não conseguir lamber o nosso próprio cotovelo, mas conseguimos coisas prodigiosas.
No entanto, longe vão os tempos em que, a braços, escravos remavam os trirremes romanos.
Hoje basta encostar o pé ao pedal do nosso automóvel e lá vamos nós, a caminho de mais um dia de trabalho.
Só é pena que isso consuma combustíveis fósseis.
Surge então a novidade! Mais uma capacidade incrível que o nosso corpo têm!
(A notícia é capaz de estar neste link.)
Em Beverly Hills, nos Estados Unidos da América, o doutor Craig Alan Bittner colocou o seu carro desportivo a consumir gordura humana, aproveitando assim os resíduos da sua clínica de estética.
Finalmente, uma ideia decente!
Obesos mórbidos, se me lêem, não se ofendam comigo: façam uma ligação directa entre a vossa (reparem na simpatia deste diminutivo) barriguinha e um camião TIR, vão dar umas voltinhas pela Europa e daqui a duas semanas estão feitos uns modelos!
É uma clara situação de win-win: Não se consome petróleo e acaba-se com o problema da obesidade.
Assim começo a perceber o sentido do McDrive.
"Eu queria um McCheese e uma Cola, se faz favor."
"Olhe que isso só dá para 45 km, e o próximo McDonalds é só daqui a 60 km."
"Tem razão, tem razão. Dê-me mais duas tartes de maçã em EuroPoupança."
Esta notícia, no entanto, deixa-me levemente discriminado.
Eu, que não tenho tecido adiposo nenhum, vou ter de continuar a consumir gasolina.
E essas Valentinas Torres (nome aleatório, claro) podem passear de automóvel à vontade, para além de terem agora um motivo válido para não ficarem embaraçadas no talho quando compram 10 kg de carne para uma refeição a dois.
Basta de discriminação com os magros.
No próximo ano, para que eu me sinta bem, exigirei do Modelo e Continente uma Popota magra.
Dos Gossip, uma vocalista magra.
E do Fernando Mendes, uma montra final boa, mas sem os caramelos, para não engordar.
(O quê? Pensavam que eu me ia referir à barriga do Fernando Mendes? Não, não. Para humor previsível, não visitem este blog.)
O nosso corpo é realmente fascinante.
Qualquer dia os impactos das quedas do Nélson Évora alimentarão computadores.
E os dentes do Paulo Portas serão os reflectores da A1.
Os olhos da Olivia Wilde serão utilizados na Via Verde.
E o cérebro do José Castelo Branco... Bom, esse nunca servirá para nada.