Antes uma Barbie que uma action figure do vocalista de Tokio Hotel.
Nestes atribulados tempos de crise, eis a questão que eu lanço para o ar:
Qual é, afinal, o grande inimigo da nossa sociedade?
Responder a esta pergunta promete ser difícil.
Será o próprio sistema financeiro que não nos deixa viver os dias de uma forma mais descansada?
Ou será Paulo Bento o culpado disto tudo, quando coloca o Abel na equipa principal?
Haverá com certeza muitos pensadores a meditar sobre isto, e haverá até aqueles, certamente idiotas, que acham, por exemplo, que o nosso país em específico só está em crise devido ao bacalhau.
Mas não, amigos, a era das teorias acabou.
Está na hora de passar aos factos e perceber quem é o verdadeiro inimigo da sociedade moderna.
(A notícia está aqui.)
O norte-americano Jeff Eldridge, do estado de West Virginia, propôs uma lei proibitiva em relação à venda de exemplares da Barbie no mesmo estado.
A busca acabou aqui, caros leitores.
O mundo está na ruína por causa da Barbie.
Acabaram as preocupações em relação à economia, acabou a procura de Bin Laden, acabou a petição para o fim das emissões de "Morangos com Açúcar".
Afinal uma Barbie é mais nociva do que muitos pensavam.
E isto porque, segundo Eldridge, o culto à Barbie promove a sobrevalorização do aspecto físico das pessoas, relegando para o segundo plano a componente intelectual.
Vamos a isso, pois claro! Barbies todas no lixo!
O que nós queremos são crianças que passem o dia na escola e que, chegadas a casa, leiam Tolstoi sentadas no sofá.
Brincar? Não, isso não é para elas.
Isso é do domínio dos auto-intitulados Jet Set.
Está na hora de atacar as Barbies, pois claro, que as crianças são pequenas e não têm margem de progresso ao nível intelectual.
Mas vamos deixar as revistas cor-de-rosa nas bancas de jornais, que essas são lidas por gente crescida que, bem vistas as coisas, ainda vai bem a tempo de formatar o seu cérebro da forma mais eficaz.
Uma Barbie é como uma arma psicológica a favor da leviandade.
Mas as reportagens sobre os casos amorosos de Elsa Raposo não.
São um fino exemplar de jornalismo, que dificilmente se distingue da melhor literatura portuguesa.
Ironia à parte, acho que todas as raparigas deviam, na sua juventude, ter uma Barbie.
Pode ser fútil, materialista, sem conteúdo e falsa.
Mas se até Nicole Richie se deu bem com ela em "The Simple Life"...