Porque no avião é para comer bem.
Não sou vegetariano, confesso. No entanto, tenho experimentado ultimamente os pratos dessa bela cozinha. E têm-me convencido bastante até!
Mas, sou franco convosco: nada como um bom bife de vez em quando para agradar as papilas gustativas.
Não há tofu ou seitan que substitua o belo pedaço de bife. “Da vazia, se faz favor.”
Porque a carne é nutritiva e alimenta-nos decentemente. E porque se o homem descobriu o fogo, não foi para grelhar alface.
E o bife, não sei se sabem, até é a especialidade nacional dos ingleses.
(Se calhar não é, mas convém que o seja, por momentos, para que este artigo tenha sentido.)
No entanto, caros amigos de confraria que tanto gostam bife, a British Airways, criada no país dos bifes, está a retirar do menu de voo os pratos com bife. Os bifes estão a ser substituídos por peixe e frango. (Eis a notícia.)
E isto porquê? Porque as pessoas da religião Hindu não comem bife.
Isto pode explicar o porquê de os hindus, de vez em quando, andarem a bater com a cabeça no chão. Se eu não comesse bife, faria o mesmo por frustração.
Mas a British Airways, atenta ao mercado indiano, decidiu retirar do seu menu o bife. Porque a boa estratégia de marketing está sempre atenta aos hábitos dos potenciais clientes.
O bom marketing é assim, amigos! Se um dia a British Airways quiser apostar no mercado português, colcará uma cervejinha fresquinha no menu.
E para agradar Elsa Raposo ser-lhe-á colocado também um preservativo no tabuleiro.
Eu sou contra esta medida, caros leitores. Respeito todas as crenças e religiões.
E acho importante que os hindus tenham a opção de ter frango no avião, tal como a Selecção Portuguesa de Futebol tem ao viajar com o Rui Patrício na comitiva.
Mas isso não pode chocar com a liberdade (ou, quiçá, necessidade) que a sociedade do mundo ocidental tem em comer muita proteína quando está sentada. Senão vejamos:
Quando se vai ao futebol, o que é que se come ao intervalo?
Uma bifana, pois claro.
Para depois nos sentarmos e digerirmos aquilo tudo muito bem.
No avião, a necessidade é a mesma. Se vamos ali tanto tempo sentados, porque não empanturrarmo-nos com um belo bife?
É lógico, leitores.
As necessidades do ser humano relativamente à alimentação são muito lineares.
Se virem bem, aquelas pessoas que depois do trabalho acabam o dia no sofá a ver televisão e a beber cerveja comem sempre muitos hambúrgueres e muita carne.
Já a malta que pratica exercício físico e que faz jogging todos os dias por alturas do lusco-fusco… Esses constumam comer a bela da saladinha.
Não somos nós a espécie mais coerente do mundo?