Um carro que não anda em linha recta.
Ontem a seguir ao almoço sentia-me levemente sonolento.
Como não sou um português normal, decidi analisar as diferentes opções: Bebo 75 ml de café, por 70 cêntimos (Preço por litro: 9,33€), ou compro um litro de gasóleo, por cerca de euro e meio por litro?
Joguei pelo lado económico e optei pelo gasóleo.
E, segundo a médica que me atendeu no hospital, o gasóleo também me despertou como o café. Pena ter causado falência hepática.
É verdade que os combustíveis estão caros, mas... Já pensaram bem no preço do café?
Não obstante, não bebo café. Logo tenho credibilidade para reclamar com o preço dos combustíveis.
Mas mesmo quem não tem essa credibilidade tem o direito de se preocupar com o ambiente. E pode procurar combustíveis alternativos apenas por questões ambientais, e não por questões financeiras.
Tal como o Príncipe Carlos de Inglaterra.
O Príncipe Carlos de Inglaterra está preocupado com o ambiente e, como tal, decidiu alterar o seu Aston Martin DB6 para que este passasse a trabalhar com... Vinho. Inglês, claro.
(A notícia, amigos, está aqui. Leiam-na.)
Um carro a vinho?
E se a polícia quiser fazer um teste de alcolémia ao veículo, como é que a coisa corre?
Por outro lado, esta ideia poderia ser boa em Portugal, desde que o depósito tivesse também uma saída para o condutor.
Já estou a imaginar as áreas de serviço da Cálem.
E as Caves de Borba a dizerem que "A Ambição é uma energia positiva."
E a seguir ao almoço, um cálice de gasolina sem chumbo de 98 octanas, claro.
Por outro lado, eu nunca ouvi falar de vinho inglês de elevada qualidade.
Em bom rigor, não costumo dar grande importância a conversas cujo tema seja vinho.
Não que o tema seja enfadonho ou triste!
Nada disso!
Eu é que não percebo rigorosamente nada de vinhos.
Mas... Um príncipe usar o vinho da sua nação para por o seu carro a andar... Não agoira lá muito a favor da imagem desse vinho!
"François, dou-lhe a provar este vinho... O que acha?"
"Hummm... Tem um aroma muito leve, uma textura forte e um sabor fraco."
"É o combustível do Aston Martin do Príncipe Carlos."
Será que François não deitaria o vinho todo fora depois disto?
Se calhar é por isso que os escanções deitam sempre o vinho fora!
Porque provam-no e depois alguém diz-lhes uma aplicação desse vinho.
"Gostou do vinho? É usado como detergente de casa-de-banho nas montanhas do Tibete."
"Claro que o aroma é intenso, caro Francisco! Os homens do Alaska espalham este éter nas axilas para não cheirarem a suor!"
"É bom, não é? Os alemães beberam deste quando passaram os quartos de final do Euro 2008."
Quem é que não deita o vinho fora depois de saber isto?
Do mal o menos, se a coisa funcionar bem, já todos encontrámos o sítio certo para usar o vinho do Minipreço.