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há Dias assim...

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

há Dias assim...

30
Jan08

Caro Confrade.

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Pacheco Pereira tem um blog há quatro anos e meio.

Eu, por sinal, alimento o meu há pouco mais de três anos.

Mas em três anos, já escrevi sobre variados assuntos, assuntos aos quais, em setenta por cento dos casos, é possível associar a figura de José Castelo Branco...

 

E um dos assuntos que mais gostei de escrever foi o assunto das confrarias.

(O link para relerem o artigo está aqui, caros leitores.)

Mas, convenhamos, escrevi sobre esse assunto há dois anos, numa fase em que o cuidado pela minha escrita era pouco...

 

Hoje, ao abrir a minha caixa de correio, reparo num singelo comentário a esse artigo, endereçado por um senhor de nome Filipe Fernandes.

 

O senhor Filipe Fernandes deu-se ao trabalho de deixar um comentário à minha opinião. E ainda bem que o fez. Que todos o fizessem!

O que diz então Filipe Fernandes? Ele começa desta forma...

"As confrarias são grupos de pessoas que têm em comum o prazer que retiram de apreciar determinado prato ou bebida e que pretendem preservar a sua tradição e partilhá-la com outros."

Correcto. Se leu bem o meu artigo, deve ter visto que expressei esta ideia entre as diversas observações que fiz...

Mas vejamos o que diz Filipe Fernandes a seguir:

"Acredito que o conceito pareça insólito a pessoas movidas a bife com batatas fritas e comida de restaurante chinês..."

E é aqui que Filipe Fernandes decide, de forma sombria e bem rebuscada, apelidar-me de "pessoa movida a bife com batatas fritas e comida de restaurante chinês".

Calha bem que eu até repudio a batata frita e, por sinal, nunca comi num restaurante chinês.

Pelo contrário, é comum comer à refeição pratos bem típicos, tais como maranho, bucho recheado, enchidos da região centro, cozido à portuguesa... Enfim, toda uma panóplia de pratos que não têm como acompanhamento a batata frita!

Parece-me que o que acontece, caro Filipe Fernandes, é precisamente o contrário: As "pessoas movidas a bife com batatas fritas e comida de restaurante chinês" é que apoiam estas confrarias, porque as suas refeições casuais são aquilo a que alguém tão pomposamente chamou de "junk food".

E eu nem tenho nada contra isso! Eu também pratico desporto nos tempos livres porque não é muito correcto fazer jogging na viagem para a faculdade!

(O cheiro a suor nos anfiteatros afastaria muitas meninas, e isso não é conveniente.)

O que o senhor não pode fazer é chamar-me de "pessoa movida a bife com batatas fritas e comida de restaurante chinês"! Está a falar com a pessoa errada, caro Filipe.

Depois disto, Filipe Fernandes deixa dois reparos ao meu artigo.

"a Confraria dos Aromas é uma loja de vinhos e não uma confraria própriamente dita (nem tudo o que vem ao Google é peixe)"

Se há coisa que eu nunca quis que o meu blog tivesse, essa coisa chama-se "rigor científico".

Se é uma sociedade de promoção de vinhos ou se é uma loja onde eles se vendem, o meu rigor não chega a tanto...

Mas se bem reparou, no artigo de há dois anos expliquei o procedimento que recorri até obter esses resultados (A apresentação do procedimento é sempre um bom momento de rigor).

O facto de não ter filtrado os resultados é uma falha grave da minha parte, de facto.

Talvez por causa disso não tenha enverdado pela vertente de investigação, no mundo das ciências...

E, por fim, o segundo reparo de Filipe Fernandes:

"dizer "tipo" antes de cada frase é um mau vício de expressão, mas escrevê-lo é ainda pior...."

Tem razão.

Há coisas que eu escrevi no início do blog que hoje em dia só me apetece editá-las e colocar num português do qual eu me orgulhe. E com menos pontos de exclamação.

A utilização do "tipo" na oralidade ou na escrita facilita imenso o trabalho (Não vou sequer pesquisar os últimos artigos, mas penso que ainda hoje recorro a esse estratagema para tornar mais claro o discurso), mas deixa uma marca pouco clássica no discurso.

Como tal, e à semelhança de outras tentativas pessoais de melhoramento dos meus artigos, vou tentar não recorrer ao "tipo"...

Mas, já agora, caro Filipe Fernandes: A utilização do "tipo" está cada vez mais em voga!

De hoje para amanhã tornar-se-á moda, e daqui a quarenta anos já estará a desaparecer outra vez...

Vai uma aposta que daqui a quarenta anos haverá alguém a lembrar-se de criar a "Confraria do Tipo"?

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