Será que a Bíblia fala em perdoar gaivotas?
Apesar de muita má língua dizer o contrário, julgo que a vida de sacerdote nunca foi fácil.
Há sempre funerais a fazer, confissões a ouvir, eucaristias para celebrar.
E com o evoluir da sociedade (ou então com o aparecimento da Elsa Raposo) as confissões tornaram-se um acto cada vez mais doloroso para os sacerdotes.
A vida sacerdotal não é, de todo, fácil.
Porque as pessoas estão cada vez mais falsas e nem os sacerdotes, com os seus dons, conseguem avaliar bem as pessoas como noutros tempos.
Até Bento XIV já deu crédito ao casal McCann!
Depois disto, só falta o Papa santificar Paris Hilton.
O que não seria de todo descabido: os santos geralmente chegam a esse patamar porque durante a sua vida ajudaram os mais necessitados.
E Paris Hilton, bem vistas as coisas, tem feito o mesmo.
Mas, dizia eu, a vida de sacerdote não está fácil, e prova cabal disso é que hoje não há muitos jovens a enveredar por essa carreira.
Mas não é só a Humanidade que complica a vida dos sacerdotes.
Não.
A Natureza, obra do Senhor, também decidiu complicar a vida dos presbíteros.
A notícia vem no Daily Mail de hoje e, a meu ver, merece que seja lida.
(E se quiserem seguir os meus conselhos de leitura, carreguem neste azul sublinhado.)
As gaivotas andam a atacar os sacerdotes e visitantes da St. Petroc's Church, na cidade de Cornwall, no Reino Unido.
Tudo isto porque as ditas aves decidiram fazer um ninho e procriar nas imediações da dita igreja.
E agora estão apenas a ser super-protectoras relativamente aos seus descendentes.
No fundo, uma bela história de amor, onde o vilão se veste de negro, como em todas as histórias da nossa infância.
A diferença é que o bom da fita, para além de vestir de branco, tem também um proeminente bico.
Diz a notícia que os ataques das gaivotas têm sido tão ferozes que os padres decidiram começar a usar capacetes de protecção sempre que entram na igreja.
Longe vão os tempos em que "Gaivotas em terra, tempestade no mar!" era um provérbio certeiro.
Hoje os tempos são outros: "Gaivotas em terra, capacete no lugar!"
O que, bem vistas as coisas, não se devia aplicar só aos sacerdotes de Cornwall: as gaivotas têm a mania de satisfazer as suas necessidades fisiológicas em vôo.
E enquanto nós não ganharmos asas também, seria inteligente protegermo-nos dos bombardeamentos dos ditos seres de duas asas.
Parece-me que o verdadeiro problema está na qualidade de vida que Cornwall consegue proporcionar às aves.
Elas adoram aquela cidade!
Mudassem eles o nome da cidade para "Stonewall" e talvez as placas de sinalização da cidade não lhes fossem tão atractivas.
P.S.: Sei que muitas aves alimentam-se de cereais, entre os quais o milho. Não obstante, presumo que as gaivotas prefiram peixe. Ainda assim, decidi redigir a observação anterior, na esperança que um qualquer David Attenborough me desminta.