As vozes que ainda se levantam contra a nova liberdade.
João Miguel Tavares (JMT), outrora apupado neste blog, merece desta vez a minha vénia pela segunda parte deste artigo de opinião (Secalhar também merece uma boa vénia por causa da primeira parte, mas como estou apenas a falar da minha vénia e eu pouco percebo do currículo de Armando Vara, não me vou explanar sobre isso).
Depois de ler o artigo de JMT, dei um pulinho ao Expresso Online para ler a opinião de Miguel Sousa Tavares (MST) sobre a nova Lei do Tabaco.
E de facto, a expressão de JMT "Ora, isto não é texto de um colunista prestigiado - isto é conversa de um junkie a quem o dealer cortou na dose." parece-me optimamente conseguida.
De facto, MST parece não perceber muito bem do que está em jogo.
Não se trata de uma perseguição aos fumadores! Bolas, a liberdade ainda está aí, para tristeza de muitos nacionalistas!
Trata-se apenas da salvaguarda da saúde de quem não fuma.
Em sociedade, dizem os entendidos, não temos o direito de atentar contra a integridade do nosso próximo, nem tão pouco colocá-la em risco.
É precisamente para não colocar em risco a integridade do próximo que, por exemplo, há limites de velocidade nas nossas estradas. Para que todos co-existamos de forma segura e tranquila.
A Lei do Tabaco vem trazer esta mentalidade para dentro dos espaços públicos, restaurantes, cafés e afins.
Apenas porque todos co-existimos no mesmo espaço e nenhum de nós tem o direito de colocar a saúde dos que o circundam em perigo.
O que MST e outros "junkies" defendem acerrimamente é que "Ah, não, o fumo não faz assim tanto mal! E até há coisas que incomodam bem mais!"
O que salva este mundo é que quem legisla não é de todo idiota.
E, como é óbvio, antes de legislar o que quer que seja, esta malta tende a não seguir o senso comum (Com o qual, afinal, se identificam escritores de best-sellers...) mas sim toda uma panóplia de estudos científicos e bastante conclusivos.
Sim, porque se há coisa chata neste mundo é que ele não foi feito a pensar só em nós próprios.
Há toda uma sociedade envolvente, toda uma diversidade de opiniões e posturas perante a realidade que parece que incomodam muitos "junkies" por esta altura.
Eu não quero falar muito sobre a Lei do Tabaco, porque ela é tão lógica que só quem não percebe o que é a civilização é que a nega.
Resta-me é dizer que os dois milhões de fumadores em Portugal devem-se dar por muito contentes: A nossa lei ainda é relativamente moderada...
Fossem para Espanha, que em tantos casos é o exemplo de sucesso, e aí saberiam o que é uma Lei do Tabaco a sério!