Deglutir é engraçado.
Comer, tal como Valentina Torres evidencia, é algo divertido de se fazer.
Eu confesso: acho que o acto de comer é das coisas mais cómicas que a nossa vida nos permite visualizar.
Antes de mais, a forma como comemos hoje em dia é das coisas mais maricas que a Humanidade pode criar. Em especial, aquela forma de gala, tão bem apanagiada por Paula Bobone em todas as suas publicações.
O pano sobre as pernas, os 3 copos para diferentes bebidas, o não apoiar os cotovelos na mesa e, como piéce de resistance, os talheres na posição que indica que já acabámos de comer.
Porquê tudo isto, porquê?
Porque é que não deixamos cair a comida em cima das pernas, indo depois com as calças sujas para a sessão de fotografias a seguir ao almoço?
Porque é que não bebemos tudo através do mesmo copo, podendo assim beber vinho espumante com sabor a sumo de laranja e vinho tinto?
Porque é que não falamos com os cotovelos em cima da mesa, deixando as mãos ao nível do nosso cabelo?
Porque é que não deixamos os talheres desarrumados e gritamos simplesmente "Ó garçon, vem mas é tirar o prato da minha frente antes que eu coma mais e dê cabo do meu colesterol!"?
Eu sei a resposta e, por muito que eu não a quisesse dizer, vocês iriam implorar-me para que vos desse essa resposta.
Cedo à vossa pressão e digo-vos: Nós gostamos disto porque, por vezes, gostamos de nos sentir um pouco mais do que animais.
Querem mais uma prova? Sexo tântrico.
E mais não digo.
A verdade é que a comida está cada vez mais cara. Que o digam os clientes da Wall Street Burger Shoppe. E a história encontra-se devidamente hiperligada nesta brilhante palavra.
Na Wall Street Burger Shoppe existe um hambúrger que custa nada mais nada menos que 175 dólares. Portanto, este hambúrger custa mais que um barril de petróleo. (Por enquanto, claro. Daqui a um ano não poderei dizer o mesmo. E a GALP agradece.)
E a ideia da Wall Street Burger Shoppe é simples: há dias maus de negócios na bolsa de Wall Street... Mas também há dias bons! E para esses dias bons, há este hambúrger!
Isto, confesso, faz-me alguma confusão... Haverá alguém que, para comemorar o brilhante negócio que acabou de fazer, vá comer um hambúrger?
Claro que não!
Irá, como é óbvio, abastecer o depósito do carro!
Já do outro lado do mundo, outra história chega a este deprimente blog. Eis a ligação.
(Escrevi bem "eis"!)
Um neo-zelandês tentou comprar comida numa estação de serviço a troco de cannabis. Não reparou foi que o cliente atrás dele na fila era um... Agente da polícia.
Mas, ainda assim, eu levanto a questão: será que o empregado da estação de serviço aceitaria tal moeda?
Se o caso se passasse nas festas de trance que se realizam em Vila de Rei, a resposta seria outra...
Mas... Na Nova Zelândia?
Talvez... Afinal, só alguém bem mocado é que é capaz de dançar o haka no início de um jogo de râguebi.