Pirâmides de dinheiro não interessam.
Egipto, terra de pirâmides, sarcófagos e cenário de muitos filmes de TVI ao domingo à tarde.
É unânime que o Egipto é um país interessante.
Não obstante, tenho a ideia de que no Egipto a vida é capaz de não ter muita qualidade. Excepção feita ao Cairo, a vida é capaz de ser bem difícil, e o calor não deve ajudar nada.
Seria então de esperar que, num país com dificuldades financeiras, o governo lutasse arduamente pela criação de riqueza. (Eu sei que, a ver pelo exemplo luso, a última frase pode não ter sentido.)
Atemorizem-se, caros leitores: no Egipto existem leis a proibirem o enriquecimento das populações mais pobres. Ou, pelo menos, das raparigotas egípcias que cativam o interesse dos magnatas do petróleo da Arábia Saudita.
(A notícia, como é óbvio, tinha de ter uma hiperligação neste artigo. Onde estará ela?)
Se fosse a lei árabe a proibir o casamento entre magnatas árabes e moçoilas egípcias, tudo bem. Agora… A lei egípcia?
Não percebo, a sério. Será que o Egipto quer enriquecer só à custas dos bilhetes para Guizé?
Além de que “o amor não escolhe idades”. Quem é que consegue dizer que o casamento entre uma rapariga de 17 anos e um senhor de 92 é meramente interesseiro?
Bolas, que frieza.
Pode haver amor!
Talvez a moçoila queira o bisavô que nunca teve a usar uma aliança com o seu nome. E depois?
Antes uma aliança com o nome do velhote que um anel a dizer “Boss AC”.
Esta notícia é a prova cabal de que, afinal, o dinheiro não traz felicidade. Fosse o senhor um pobretanas qualquer e a lei nem era chamada para o caso.
Como é rico, não se pode casar com a mulher que o ama. Ou que, por amar a sua carteira, o faria feliz nestes anos de vida que lhe restam.
Eu acho, sinceramente, que o Egipto devia fazer exactamente o contrário: criar uma escola feminina, onde as cirurgias plásticas abundavam e cujo manual de serviço era o kamasutra.
Para, precisamente, recrutar moçoilas a fim de irem buscar o dinheiro dos magnatas árabes.
Escola essa cuja reitora poderia ser Nereida Gallardo.