Atletas tuning são proibídos nos Jogos Olímpicos.
Com licença.
Sim, convém pedir licença antes de importunar o estimado leitor com mais um artigo.
Porque ler um artigo destes é coisa que incomoda, e se há coisa que eu não gosto de fazer é incomodar pessoas sem pedir licença.
Isso e cumprimentar as pessoas com um aperto de mão.
Também é coisa que gosto muito.
Eu e o Sócrates.
Mas esse, se tiver estrangeiros por perto, relega o Ministro dos Negócios Estrangeiros para segundo plano.
Eu não. Eu cumprimento toda a gente.
E peço-vos licença para quê?
Para vos falar de uma notícia que acabo de ler: A IAAF (Associação Internacional de Federações de Atletismo) acaba de proibir o atleta sul-africano Oscar Pistorius de participar nos próximos Jogos Olímpicos. (Heis a notícia.)
Ser impedido de participar nos Olímpicos é coisa chata, de facto.
Anos e anos a correr para conseguir ir ao segundo maior evento desportivo do mundo, a seguir aos torneios de chinquilho de Vila Nova de Poiares, e agora os tipos da IAAF proibem-no.
É, de facto, coisa chata.
Mas porque foi Pistorius impedido de participar nas corridas de 100, 200 e 400 metros nos Jogos Olímpicos?
Simples. Ele não tem duas pernas naturais.
Tem sim duas próteses!
E estudos recentes indicam que ele consegue correr à mesma velocidade que os outros velocistas (Os de duas pernas naturais) fazendo apenas um quarto do esforço dos seus concorrentes.
Portanto, isto é o que a IAAF nos diz, ainda que indirectamente.
Podemos ter os norte-americanos ditos "normais" a correrem.
Mas não podemos ter um sul-africano com duas próteses nas pernas.
Isto é quase como se a malta do automobilismo dissesse:
"Pessoal, podem adicionar nitro-glicerina ao vosso combustível! Mas nada de mudar os pneus, ok?"
Em todos os Jogos Olímpicos há tramóias com o doping!
Já para não falar em casos como o de Marion Jones!
E agora, que a IAAF podia recuperar uma imagem de humanismo, integrando na competição principal um atleta com duas próteses...
"Ah, não... Ele corre que se farta e nem um hambúrguer queima!"
Isto não é motivo!
O Jardel jogou 10 anos ao mais alto nível com um implante de cérebro (Era cérebro proveniente de um boi, certamente.) e ninguém lhe tirou a Bota de Ouro por causa disso!
Cara IAAF, ainda estão a tempo de retirar essa vossa decisão.
E, se o fizerem, pode ser que tenham também o Marques Mendes no salto em altura.
Basta uma prótese nas pernas, só para que ele fique com um metro e sessenta centímetros, e a coisa já se faz.