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há Dias assim...

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

há Dias assim...

03
Mar08

Com um prato à frente tudo se explica melhor.

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Um bom dicionário de língua portuguesa dá-nos como definições possíveis ao termo "conferência" as seguintes:

 

"acto de conferir;
confrontação, verificação, comparação;
conversação entre duas ou mais pessoas sobre assunto de interesse comum, público ou internacional;
discurso literário ou científico em público;
junta de médicos para trocarem impressões sobre o estado de um doente;
reunião de membros de um tribunal colectivo para decisão final ou acórdão;"

 

[Este Dicionário Online da Priberam é tão útil que devia ser considerado serviço público! A sério!]

 

Ora, eu olho para esta definição e não encontro nela nenhuma referência a almoços ou jantares...

Então porquê esta crescente mania das conferências em restaurantes?

 

Eu acho que tenho a resposta... E apresento-vos, estimados leitores, a minha teoria.

Com o 25 de Abril, Portugal emergiu das cinzas ditatoriais e banhou-se no doce leito da liberdade. Finalmente, o debate de ideias. Eleições livres e democráticas. E, por outro lado, Mário Soares. Mas enfim, nem tudo pode ser bom...

 

Dizia eu: Com o 25 de Abril, todos ficámos loucos com as novas possibilidades de discussão! [E eu falo na primeira pessoa do plural porque, como certamente sabem, estava cá no 25 de Abril...]

 Podia-se finalmente debater a importância da Europa no nosso país, as questões estratégicas relativamente às agora ex-colónias... Toda uma panóplia de assuntos que nos ajudaram a chegar aos dias de hoje. E, a avaliar como estamos, parece que podiamos ter chegado a melhores conclusões nessas conferências de outros tempos...

 

Acontece que hoje já não há muito para debater. Todos sabemos para onde vai o nosso barco. E, sabendo disso, todos procuramos a nossa oportunidade para saltar dele.

Não obstante, mantemo-nos em liberdade, e isso parece significar que temos de continuar a reunirmo-nos para debater os mais variados assuntos. Desde a política externa até à nova tecnologia de saltos altos para as senhoras.

 

E é aqui, julgo eu, que a moda das conferências nos restaurantes ganha credibilidade.

Porque estas conferências, hoje em dia, são uma valente seca. Porque o que ali se debate já pouco irá servir para salvar este país.

E, sendo uma valente seca, o que é que nos apetece fazer?

Dormir, claro.

 

Sendo uma conferência num restaurante, e discursando os oradores após a refeição, a plateia poder-se-á desculpar, relativamente à constante presença de bocejos, com uma frase à espanhol:

"Eu depois da refeição durmo sempre uma sesta, pá... É daí que vem o meu sono!"

 

Porque, convenhamos: Se o que houver para debater for mesmo importante, o que não falta neste país são anfiteatros de qualidade!

Não acham?

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