Respeitem os sentimentos do malmequer!
Muitos serão aqueles que me lêem que poderão achar que a existência da People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) é, por si só, idiota.
E eu revelo-lhe, estimado leitor: Até acho um certo exagero nesta Associação.
Tudo bem, os toiros não têm que andar a levar com ferrinhos nas costas.
Mas se um dia me pedirem para defender a existência da mosca tsé-tsé, deixem-me rir primeiro antes de pensar no que quer que seja.
É verdade que os animaizinhos merecem uma existência digna.
Os cães, por exemplo, merecem viver como cães que são, comendo Pedigree e indo buscar o osso quando o atiramos para longe.
E, acima de tudo, merecem viver sem aquelas camisolinhas parvas que alguns seres humanos lhes decidem vestir.
No entanto, o que diremos acerca das plantas: também devemos defender a sua existência?
Um carvalho, um sobreiro, tudo bem.
E... Um Pinho? O caro leitor defende a existência de Pinhos, sei lá, no Ministério da Economia?
Preparem-se então para a nova inquietação do governo suíço.
(A notícia, claro, tinha de ter uma ligação neste artigo.)
O governo suíço tem vindo a debruçar-se sobre uma questão fulcral para a sociedade do século XXI: a dignidade da vegetação.
E, de facto, esta questão é essencial.
A vegetação gosta de ser vegetação, e não gosta de ser confundida!
Abaixo com essa gente que cria tofu a partir de soja!
A soja é soja, e ponto final.
Por um lado, é importante a defesa das espécies vegetais em risco.
Mas... Será que o governo suíço está preocupado com as ervas banais?
O espinafre, por exemplo, está a ser considerado por esta malta?
Se há vegetal que, neste momento, vive uma situação estável, esse vegetal é o espinafre.
Longe vão os tempos em que Popeye, para salvar a Humanidade de Brutus, ameaçava a continuidade do espinafre enquanto ser vivo.
A meu ver, a malta da Suíça gostava era de ter água salgada.
E, como não a tem, vai-se entretendo com estes assuntos de extrema irrelevância, enquanto nós debatemos as reformas no sector das pescas.
Ou isso ou então estes helvéticos andaram a ouvir Bob Marley em demasia, tornando-se amigos eternos da erva.
Mas não quero acreditar nisso.
Não quero acreditar que na nossa Europa existam líderes políticos viciados em fumar e que, por exemplo, não aguentam um vôo até ao Brasil sem acenderem uns cigarrinhos dentro do avião, contrariando assim a Lei do Tabaco.
Não quero crer nisso.