Eu leio histórias na infância, tu falas das personagens das histórias, ele cria taxas com eles.
(Nada como a conjugação de um verbo para criar um belo efeito no título de um artigo.)
Se há coisa na qual a democracia é má é a criar nomes.
"Imposto sobre os produtos petrolíferos", por exemplo.
Não tenho nada contra o imposto, claro!
Mas o nome do dito é quase um trava línguas.
Mas José Sócrates está cá para mudar tudo.
Inclusivé a má aptidão da democracia para criar nomes.
Longe vão os tempos de má nomenclatura, como o SISA ou o IRC.
Por causa do IRC pensei durante imenso tempo que as empresas pagavam ao final do ano a utilização do famoso canal de chat online.
Chegou o tempo da "Taxa Robin dos Bosques"!
Isto sim, é um nome digno! É o segundo conceito democrático que envolve arco e flecha, depois dos subsídios de apoio à natalidade concedidos em Vila de Rei.
Usasse o cupido areia para atrair os apaixonados e o conceito de combate à desertificação ganhava toda uma nova aura simbólica em torno desta medida.
"Taxa Robin dos Bosques".
É o que o Governo de José Sócrates propõe.
E, confesso-vos: (Reparem na frequência com que faço confissões neste blog. Quando me sento em frente ao computador para escrever neste blog, sinto-me no confessionário. Com o padre à frente, segurando um terço. Os outros dois seguro eu, para manter a unidade.)
Até gosto da ideia de atribuir nomes de personagens fictícias a taxas de aumento de valor.
Se virem bem, já existem outras personagens do mundo da fantasia a dar nomes a outras taxas.
Já viram que há estabelecimentos onde as bebidas são mais caras à noite?
E o táxi, já repararam que é mais caro à noite?
É a chamada "Taxa Conde Drácula".
Taxa essa que Pedro Santana Lopes gostaria de erradicar.
(Vá-se lá saber porquê.)
E a Euribor? Porque não chamar-lhe "Taxa Nariz de um Pinóquio que não para de mentir"?
E para quando a "Taxa Homem-Aranha"?
"Taxa Shrek"?
"Taxa Tio Patinhas"?
"Taxa Natasha"?