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há Dias assim...

Há dias históricos, banais, marcantes, deprimentes, excelentes, maus, magníficos, secantes, fantásticos, desinteressantes e, quiçá, bons. E depois também há Dias assim... Se gosta de Dias assim, parabéns. Está no blog certo.

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há Dias assim...

19
Jun09

Uma Sueca em vez de Solitaire.

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Lembro-me de, em petiz, achar que a globalização era a indústria que fazia aqueles globos das aulas de Geografia.

Tão redondinhos, com os países às cores e os oceanos no sítio.

Aposto que a ilha de Mykonos estava pintada de cor-de-rosa.

E o professor de História lá o usava também, para nos mostrar por onde andaram os nossos navegadores do século XV.

 

A meu ver, os portugueses são relativamente bons em Geografia porque tiveram na sua história malta muito viajada.

Ao contrário dos Estados Unidos, nós podemos olhar para o pequeno globo e dizer que, em 1487 já havia um Dias na Namíbia.

O mais semelhante que os EUA podiam fazer era, nas aulas de Geografia, apontar no mappa mundi a origem dos namorados da Paris Hilton.

Assim qualquer pequenito do Arkansas saberia tudo sobre o mundo.

Excepto Beja.

Não parece, olhando para o CR7, mas a Paris tem requisitos mínimos.

 

Viria a Coca-Cola, a Microsoft e até a própria Paris Hilton mostrarem-me o verdadeiro significado da palavra “globalização”.

Por todo o mundo a bebida é a mesma, o programa televisivo é o mesmo e o automóvel também.

Onde está a identidade nacional? Alguém a viu?

Todos nós vemos as mesmas notícias, todos sofremos da mesma gripe, todos jogamos o mesmo videojogo na PS2.

 

Haverá benefícios, certamente, mas os factores prejudiciais também abundam.

E é por esses que o governo de Gordon Brown decidiu fomentar o espírito nacionalista.

Virá aí uma cadeia de fast food que venda fish and chips?

Ou será obrigatório por lei ignorar os preços baixos dos chapéus de chuva chineses?

Não, nada disso.

Para patrocinar o espírito nacionalista, toca a fazer jogos de computador com espírito britânico.

 

(Sigam a hiperligação se quiserem ler a notícia.)

 

Se há coisa que mina a cultura de um país, é sem dúvida jogar GTA IV.

A não ser, claro, que se nasça em Chelas.

Aí, O GTA IV é conhecido como “Escola Primária”.

 

Parece-me bem, pois claro, que se apoie a criação de videojogos com conteúdo nacional.

E em Portugal esta ideia teria pernas para andar.

Os jogos de estratégia podiam ser baseados no Império Português de D João V.

Os jogos de corridas podiam passar-se todos na Ponte Vasco da Gama.

E os de gestão hospitalar tinham sempre problemas de compatibilidade, correndo devagar em qualquer plataforma.

 

Vamos a isso, pois claro!

Toca a pegar na ideia dos ingleses e adoptá-la em Portugal!

Queremos os Magalhães todos com “A Idade de D. João V” pré-instalado.

 

Só é pena que, segundo esta ideia, não possamos ter o videjogo “África do Sul 2010 – Campeonato Mundial de Futebol”.

Paciência.

Jogamos antes a versão portuguesa do videojogo “Mafia”: o pomposo “Superliga Sagres”.

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